quarta-feira, 4 de abril de 2012

Destaque Esportivo

Inter, o melhor brasileiro na Conmebol

A Conmebol atualizou o seu ranking dos melhores clubes sul-americanos e manteve o Internacional como o melhor time brasileiro na classificação geral. Com 500,32 pontos somados nos critérios adotados pela entidade, os gaúchos seguem firmes na vice-liderança da tabela, que manteve a LDU em primeiro lugar, com 526,32 somados.

A surpresa ficou por conta da Universidad de Chile, que subiu para a terceira posição no ranking da organização. A equipe obteve um desempenho exemplar na última temporada, conquistando a Copa Sul-Americana e o campeonato nacional de seu país. Com uma boa campanha na Libertadores deste ano, o clube aparece com 363,2 pontos ganhos.

Entre os dez primeiros colocados, apenas Santos e Cruzeiro representam o Brasil. O time da Vila Belmiro aparece no sexto lugar, com 298,6 pontos, longe de chegar perto de Estudiantes e Vélez Sarsfield, ambos da Argentina e responsáveis por preencher a quarta e quinta posição, respectivamente.

Os mineiros, por sua vez, asseguraram o nono lugar na tabela, somando 212,2 pontos. A distância do Cruzeiro para os outros clubes grandes do estado de São Paulo é significativa, uma vez que São Paulo, em 13º, Palmeiras, em 19º, e Corinthians, em 32º, pouco ameaçam a sua colocação na tabela elaborada pela Conmebol.

Método de salga e secagem pode ser aplicado a vários tipos de peixe; o bacalhau mais famoso é o Gadus morhua

Luiza Fecarotta
De São Paulo

"Bacalhau não é peixe nem é carne. Bacalhau é bacalhau", diz um ditado português. Bacalhau é um processo milenar de salga e secagem de peixes da família dos gadídeos, que vivem em águas gélidas e têm pouca gordura.

O mais nobre é o Gadus morhua, do Atlântico Norte, que virou símbolo religioso. Não só ele -atrás, surgem outros tantos (o Gadus macrocephalus, do Pacífico, o "zarbos", o "ling" e o "saithe"), inclusive o nosso pirarucu, das águas doces, batizado de "bacalhau da Amazônia", que passa pelo mesmo processo de maturação.

Lá nos primórdios do século 17, Miguel de Cervantes já havia registrado em seu "Dom Quixote" que sexta-feira é dia de comer bacalhau.

Foi a igreja medieval que impulsionou o consumo de peixe em dias de jejum de "comida quente" (como carne vermelha), nos quais eram permitidos só alimentos frios.
De lá para cá, a tradição se mantém: a Páscoa consagrou as receitas de bacalhau.

Esses peixes, que passam por processo de salga e secagem -nessa ordem- e que se prestam a dar vida ao bacalhau, costumam ser enriquecidos com gordura, para que fiquem tenros e não secos.

Diz Mark Kurlansky, autor de "Bacalhau - A História do Peixe que Mudou o Mundo", que costumam levar manteiga, azeite de oliva e creme de leite em seu preparo.
"Os islandeses derramavam gordura clarificada dos rins de ovelhas sobre eles."

São também inteiramente aproveitados -à semelhança do porco, de que se aproveita do focinho ao rabo.

Comem-se a carne, a cabeça, o fígado, as bochechas, as ovas, a língua, a pele gelatinosa, a bexiga e as tripas.

São receitas originárias das comunidades pesqueiras de antigamente, muito pobres, que faziam uso de tudo -inclusive das espinhas que amaciavam em leite.

Espinha de peixe pode matar

Durante a Semana Santa, o consumo de peixes cresce significativamente e, com isso, o risco da ingestão acidental de espinha de peixe aumenta. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP registra aproximadamente 40% de casos a mais nesta época do ano e faz um alerta: engolir a espinha pode causar a perfuração do esôfago, provocando falta de ar, dor torácica e febre.

Caso a espinha ultrapasse o esôfago, há grande possibilidade ser eliminada nas fezes. No entanto, se ela perfurar o esôfago e não for diagnosticada e removida com urgência há riscos de complicações graves, dependendo do tamanho da espinha.

Os principais sintomas são salivação excessiva, dificuldades para engolir, dor e desconforto. A ingestão da espinha pode ocasionar falta de ar, dor torácica, febre e até levar à morte, dependendo da gravidade do caso.

A confirmação do diagnóstico é feita pelo histórico clínico do paciente, exame radiológico e ou exame de endoscopia digestiva, que permite também a remoção do corpo estranho. A cirurgia é necessária em menos de 1% dos casos.

De acordo com o endoscopista Dalton Chaves, caso um dos sintomas seja observado é necessário procurar um pronto socorro imediatamente. “Comer pão ou farinha não colabora em nada com a eliminação da espinha. Isso pode até prejudicar ao fazer o exame de endoscopia, pois é preciso de oito horas em jejum para realizá-lo”, conta o médico.