domingo, 1 de dezembro de 2013

A "Rainha da Fronteira"

Bagé, a Rainha da Fronteira, está localizada na fronteira do Rio Grande do Sul, a 60 km do Uruguai, e constitui-se no caminho mais curto entre Porto Alegre e Montevideu. Por sua posição geográfica, desempenhou importante papel na história do Estado, desde o tempo do Império. 

Seus campos foram alvo de disputas entre índios, portugueses e espanhóis. Ali também aconteceram fatos importantes da Guerra Cisplatina e das Revoluções Farroupilha e Federalista.

O primeiro contato do município com o homem europeu aconteceu na segunda metade do século XVII, quando os padres jesuítas, após fundarem São Miguel, desceram da região dos Setes Povos das Missões e instalaram-se no local, fundando a Redução de Santo André dos Guenoas, em 1683. Porém, os índios (que os padres pretendiam catequizar) eram rebeldes em relação aos índios missionários e aos homens brancos e destruíram a redução.


Mais tarde, em 1750, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, pelo qual os portugueses renunciavam à Colônia de Sacramento em troca de terras do atual Rio Grande do Sul e da expulsão dos Setes Povos para a outra margem do Rio Uruguai. 


Mas quando, em 1752, os dois exércitos – português e espanhol – chegaram nos campos de Santa Tecla para demarcar as fronteiras, foram rechaçados por 600 índios charruas (tribo predominante nesta área), comandados por Sepé Tiarajú, que teria dito que aquelas eram “terras que Deus e São Miguel lhes haviam dado”.

Alguns anos depois, em 1773, o Governador de Buenos Aires, D. Juan José Vertiz y Salcedo, com 5.000 homens, partiu do Prata para expulsar os portugueses do Rio Grande do Sul. Chegando no local, fundou o Forte de Santa Tecla, do qual ainda existem demarcações. 

O forte era cercado por um fosso de 9 metros de largura e 2,5 de profundidade, tinha muralha de 3 metros de altura e baluartes que alcançavam 5,5 metros. O Forte foi arrasado duas vezes. A primeira, em 1776, Rafael Pinto Bandeira o invadiu e expulsou os espanhóis, destruindo parte de sua construção.

Depois de assinado o Tratado de Santo Idelfonso, em 1777, uma guarnição espanhola ocupou novamente o Forte, e os portugueses se estabeleceram numa Coxilha que recebeu o nome de São Sebastião – Guarda de São Sebastião.


Em 1801, os espanhóis abandonaram todos os seus postos avançados, inclusive o Forte de Santa Tecla, que foi, pela segunda vez, demolido e arrasado. O território passou definitivamente aos portugueses, e as terras bageenses foram ocupadas por sesmeiros ou arrendadas a pessoas que se destacaram nos combates travados.


Em 1810, algumas das colônias espanholas conquistaram sua independência da metrópole, e em meados do ano seguinte, em 1811, o governador do Rio Grande do Sul, Dom Diogo de Souza, concentrou o exército português nas fronteiras, temendo alguma ação dos recém-separados espanhóis. Assim, montou seu acampamento próximo aos “Cerros de Bagé”, local onde hoje está situada a cidade. 


Segundo alguns historiadores, em 17 de julho de 1811, D. Diogo partiu com suas tropas para invadir o Estado Oriental del Uruguay, deixando várias pessoas que não puderam acompanhá-lo e que originaram o município. A data de fundação de Bagé – 17 de julho de 1811 – bastante discutida até hoje, foi estipulada em 1963, por ocasião do Congresso do Segundo Centenário do nascimento de Dom Diogo de Souza.

Quanto à origem do nome Bagé, há várias hipóteses, todas elas ainda discutidas. Há quem diga que no local onde hoje está situada Bagé, viveu um cacique minuano chamado Ibajé. O índio Ibajé estaria enterrado no Cerro de Bagé, e do seu nome teria se originado o nome da cidade. 


A existência desse índio nunca foi comprovada, sendo mais provável que seja uma lenda. A hipótese mais aceita é aquela que diz que a origem do nome Bagé vem da linguagem indígena, e está relacionada com a idéia de “cerros”. Os índios tapes chamavam os Cerros de “mbaiê”, porém a expressão mais aceita para a origem do nome da cidade é “bag”, outra expressão indígena que também significa “cerros”.
A povoação foi aumentando devagar, espalhando-se ao redor da Praça da Matriz (onde seria o centro do acampamento), e uma igreja, muito simples, foi construída (em 1820) para abrigar a imagem do padroeiro da cidade, São Sebastião, trasladada em 1813 da Guarda da Coxilha para Bagé.

Mesmo após a demarcação definitiva das fronteiras, as terras do município de Bagé continuaram a presenciar guerras e batalhas. Em 1825, D. Carlos de Alvear invadiu o território gaúcho, e no início de 1827, as forças do general Lavalleja entraram em Bagé, saqueando, queimando e destruindo o que encontravam pela frente. No ano seguinte, a assinatura do Tratado de Paz devolveu o sossego à fronteira.


Em 1835 foi a vez dos gaúchos batalharem entre si. A eclosão desta nova disputa deu-se não pelos antigos objetivos de conquista de terras. Agora, os motivos eram outros: estavam em jogo os ideais de republicanos e imperialistas. Bagé, mais uma vez, viu seus campos servirem de palco para diversas batalhas. 


Uma das mais importantes e lembradas, a “Batalha do Seival” foi travada em 10 de setembro de 1836 nos Campos do Seival. As tropas republicanas, comandadas por Antônio de Souza Netto, saíram vitoriosas e, no dia 11 de setembro, o mesmo General Netto, no atual Campo dos Menezes, margem esquerda do Rio Jaguarão, proclamou a República Rio – Grandense.

Finda a Revolução Farroupilha, Bagé foi elevada à categoria de freguesia, em 18 de maio de 1846, e de vila, em 5 de junho do mesmo ano. Foi reconhecida como cabeça de comarca em 22 de dezembro de 1858 e, quase um ano depois, em 15 de dezembro de 1859, foi elevada à categoria de cidade. (Fonte: Blog "Doma Racional")



Prédio da Prefeitura de Bagé. (Foto: Divulgação)


O prédio da antiga estação ferroviária de Bagé, construído em 1884, foi todo restaurado. Os recursos vieram da "Lei Roaunet" e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Hoje é sede do Centro Administrativo da Prefeitura Municipal de Bagé. (Foto: www.defender.org.br)

Palacete em estilo neoclássico, construído no início do século XX, abriga a Secretaria Municipal de Cultura. (Foto: www.defender.org.br) 
Catedral de Bagé. (Foto: Prefeitura Municipal de Bagé) 
Palacete Pedro Osório. (Foto: Prefeitura Municipal de Bagé) 
Hotel do Comércio. (Foto: Prefeitura Municipal de Bagé) 
Clube Caixeiral. (Foto: Prefeitura Municipal de Bagé) 
Clube Comercial. (Foto: Prefeitura Municipal de Bagé)
 Associação Rural de Bagé. (Foto: Prefeitura Municipal de Bagé)
Por do sol em Bagé. (Foto: http://br.images.search.yahoo.com)
Restaurante Madre Maria. no entorno da Praça da Catedral de São Sebastião. (Foto: http://tripadvisor.com.br)
Coreto da Praça Silveira Martins. (Foto: http://minerva.ufpel.edu.br)
Instituto Musical de Belas Artes (IMBA), funciona no Solar da Sociedade Espanhola, prédio construído em 1929. (Foto: City Brazil)

Chegando a Bagé. (Foto: www.terragaúcha.com.br)

Campos de Bagé. (Foto: www.terragaúcha.com.br)

Gado no campo. (Foto: www.terragaúcha.com.br)

Indo para Aceguá. (Foto: www.terragaúcha.com.br)

Vista panorâmica. Foto: www.terragaúcha.com.br)

Hospital Universitário. Foto: www.terragaúcha.com.br)

Prédio antigo restaurado. Foto: www.terragaúcha.com.br)