A expressão "santo do pau oco", usada para designar pessoas falsas, surgiu provavelmente em Minas Gerais, entre o final do século XVII e o início do século XVIII. Era o Período Colonial, o auge da mineração no País. Para driblar a cobrança do "quinto", o imposto de 20% que a Coroa Portuguesa cobrava de todos os metais preciosos garimpados no Brasil, santos em madeira oca eram esculpidos e, posteriormente, recheados de ouro em pó.
Assim era possível passar despercebido pelos postos de fiscalização e não prestar contas às casas de fundição, já que era proibida a circulação de metais preciosos sem o devido registro junto ao governo. As Casas de Fundição eram encarregadas de arrecadar os tributos sobre a mineração. A criação das casas de fundição gerou protestos em Minas Gerais e custou a vida do tropeiro Felipe dos Santos, que liderou um motim com a participação de cerca de dois mil mineradores.
Enquanto alguns líderes foram presos e enviados às masmorras em Lisboa, Felipe foi cruelmente castigado. Arrastado por quatro cavalos, o tropeiro foi depois executado pelo garrote vil, instrumento criado na Espanha e que mantinha o condenado imóvel amarrado a uma cadeira, enquanto era colocada uma argola de ferro em seu pescoço, apertada até o último suspiro.
Outra possibilidade de origem da expressão “santo do pau oco” é do folclorista Luiz Câmara Cascudo em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, que diz que as imagens de santos vinham de Portugal recheadas de dinheiro falso. Controvérsias à parte, a expressão ultrapassou séculos e continua a ser usada até os dias de hoje.
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