Em seu livro "Museu de Tudo", o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto tematizou com maestria essa "Bola-Mulher", que, no dizer comum de nossos analistas esportivos, sabe perfeitamente distinguir o craque - e por isso mesmo o procura:
A bola não é inimiga
como o touro, numa corrida;
e, embora seja um utensílio
caseiro e que se usa sem risco,
não é o utensílio impessoal,
sempre manso, de gesto usual:
é um utensílio semivivo,
de reações próprias como bicho
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcias de mão.
sábado, 16 de julho de 2011
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