sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Caesb interdita Farmácia Popular em Sobradinho

Johnny Braga

redacao@jornaldebrasilia.com.br

As portas da Farmácia Popular, em Sobradinho, estão fechadas, com direito a correntes e cadeado. A direção da farmácia se recusou a dar qualquer esclarecimento sobre o assunto e dispensou os funcionários. O local foi interditado pela Caesb que identificou vários problemas que ofereciam riscos para usuários e funcionários do local, principalmente nos sistemas de água e esgoto. A farmácia permanecerá fechada por tempo indeterminado e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – órgão ligado ao Ministério da Saúde – já estuda medidas para que a população não saia prejudicada.

Nessa segunda-feira, fiscais da Caesb identificaram os seguintes problemas na estrutura do prédio da farmácia: esgoto aberto e vazando, hidrômetro soterrado, vazamentos, infiltrações e piso da área de aten dimento ao público cedendo. Foram flagradas várias cadeiras cercando a área em que o piso estaria afundando. Além de tudo, a Caesb suspeita de contaminação da água, pois foi verificada presença de fezes e ratos no local. Segundo a prestadora, os Bombeiros, Vigilância Sanitária e Defesa Civil foram notificados sobre a situação para que o prédio fosse interditado. O relatório da Caesb aponta que o local não tem condições estruturais para funcionar, pois correr o risco de desabamento e de curto-circuito. O fechamento da farmácia incomodou muita gente que faz uso constante dos remédios oferecidos.

Após o fechamento, várias pessoas necessitadas de medicamentos foram ao local e reclamaram das portas fechadas. “Que absurdo! Tô esperando há dois meses um remédio e agora tá tudo fechado”, protestou a auxiliar de limpeza Josefa Bispo, 61 anos. Além de reclamar sobre o ocorrido na manhã de ontem, Josefa criticou a forma com a distribuição de medicamentos na rede pública do DF é realizada.

O normal é muito caro

“Não temos remédios no posto de saúde e nem na farmácia popular. Não tenho condição de comprar por um preço mais alto e pra não ficar sem o remédio, terei que reduzir gastos em outras coisas de casa. Na farmácia normal é muito caro”, reclamou. Apesar de criticar o sistema, Josefa conta que o atendimento no interior da farmácia nunca foi ruim e que a saúde pública não merecia esse descaso.

Quem também se queixou da situação foi o comerciante Rodemare Moreira, 51 anos. Ele conta que já são três meses ocorrendo problemas no sistema da farmácia, que acabam impedindo que os usuários tenham acesso aos medicamentos e, até ontem, nada havia sido solucionado. “Isso é dinheiro público queimado! Agora, fecham do nada e nem comunicam pra gente. E quem precisa, agora vai ter que comprar mais caro. É uma vergonha!” protesta.

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