Empate na política do futebol
Por Ana Maria campos (anacampos.df@dabr.com.br
Terminou na manhã de ontem (25) empatada a eleição para a direção da Federação Brasiliense de Futebol (FBF), uma disputa que envolveu o meio político do Distrito Federal. 19 a 19 e um voto nulo. A comissão eleitoral decidiu convocar nova eleição para 4 de outubro, às 9h.
De um lado, o advogado Jozafá Dantas, membro da executiva regional do PMDB, que tem o apoio do governador Agnelo Queiroz (PT), do advogado dele, Luís Carlos Alcoforado, do vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) e do deputado federal Paulo Tadeu (PT-DF).
De outro, o policial militar Márcio Coutinho, conhecido como Careca, que conta com o apoio de setores do PT, entre os quais o administrador de Ceilândia, Ari de Almeida.
Houve uma tentativa de unidade até a última hora, a ponto de o vice de Coutinho, Erivaldo Alves, presidente do Sociedade Esportiva Santa Maria, migrar para a vice-presidência na chapa de Jozafá. Fruto de acordos políticos. Erivaldo também é filiado ao PT, ligado ao deputado Wasny de Roure (PT), e foi vice-presidente do partido.
A disputa estava no campo da base do governo. Mas acabou virando uma guerra maior.
O empresário Eduardo Pedrosa, irmão da deputada Eliana Pedrosa (PSD), decidiu concorrer também. A candidatura dele, no entanto, foi impugnada e desclassificada pela comissão eleitoral da Federação Brasiliense devido a um problema no preenchimento da ficha de inscrição.
Pedrosa nega apoio a qualquer chapa. Mas o coordenador da campanha de Márcio Coutinho, Paulo de Araújo, admite que votos do grupo de Pedrosa e da Sociedade Esportiva do Gama foram fundamentais para se contrapor a Jozafá.
Luiz Estevão também não declara voto, mas os cartolas dizem que ele optou por Márcio Coutinho.
Resultado: se a chapa de Eduardo Pedrosa não tivesse sido impedida de disputar, Jozafá Dantas teria sido eleito nesta manhã (25). O raciocínio é lógico: parte dos votos de Márcio Coutinho iria para a candidatura do irmão de Eliana Pedrosa.
Atá a próxima eleição, serão nove dias de muitas negociações que poderão mudar o quadro na prorrogação do jogo político. A conferir.
Depois da eleição, havia muitas suspeitas de traições. Voto secreto é voto secreto. Muita gente pode ter negociado apoiado dos dois lados.
Detalhe: Fábio Simão -- presidente da FBF destituído pela Justiça -- também mantém secreta a sua posição na disputa. Garante que é amigo de todos. Mas ninguém duvida de que ele esteja com Jozafá Dantas.
A cabine de votação improvisada com uma pasta 007 pela comissão eleitoral, na eleição de ontem pela manhã (25) para a direção da Federação Brasiliense de Futebol (FBF).
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