Quem
desejar respirar o mesmo ar que Luiz Gonzaga um dia respirou, tem que passar
por Exu, sua cidade natal, ver o pé de serra da "Chapada do Araripe",
visitar o "Parque Asa Branca", entrar na casa em que ele viveu, ver o
viveiro dos pássaros "Asa Branca", o mausoléu onde repousa, o Museu
com seus pertences e imagens e todo o restante do amplo parque idealizado pelo
"Rei do Baião".
Vivo,
Luiz Gonzaga idealizou o Parque. Sabia que sua vida era motivo para livros,
filmes e o registro de sua trajetória num Museu. Não teve tempo de estruturar
tudo nos conformes. Morreu antes disso.O Parque de Asa Branca, agora, está sob cuidados de uma ONG –
A
tragédia é a marca da descendência de Luiz Gonzaga. Dona Helena, sua mulher
oficial, antes de falecer, mudou-se para o Rio de Janeiro contrariada pelo fato
dele ter assumido outro relacionamento amoroso.
Edelzuita
– o amor dos últimos anos do "Rei" – também já é falecida. Rosinha,
filha adotiva, sempre foi mais ligada a Dona Helena que ao pai adotivo. Mas a
maior tragédia (ou pelo menos de maior repercussão) ficou por conta de "Gonzaguinha".
Filho
bastardo de Luiz Gonzaga (sua mãe foi a bailarina de boates Odaléia Guedes),
teve os problemas tradicionais de filho com pai, potencializados pela condição
de seu nascimento; pelo fato de "Gonzagão" ter cedido às pressões de
Dona Helena não assumido o filho fruto do romance e, também, pelas origens que cada um acabou
representando: "Gonzagão", a vida nordestina/rural;
"Gonzaguinha", a vida e os dilemas urbanos.
O
descendente mais próximo de "Gonzagão", hoje, é Daniel Gonzaga, filho
de "Gonzaguinha". Segundo informações de Dona Mundica – que trabalha na
casa de "Gonzagão" desde 1968 – o neto de Luiz Gonzaga anda com certa
freqüência em Exu e, cuidou do filme sobre a vida do "Rei do Baião".
Este
texto não se propõe historiar nada sobre a vida (ou pós vida de
"Gonzagão"). Propõe-se a registrar um pouco de sentimentos. E
preocupações críticas. No final do seu segundo mandato, o ex-presidente Lula,
autorizou recursos para a construção de um moderno "Memorial do Gonzagão". Só que em Recife.
Palmas
para a decisão, mas entristece saber que a cidade escolhida foi a capital de
Pernambuco. São muitos os argumentos que justificam a escolha do Recife, mas
eles contrariam um só: apesar da distancia da capital, Exu está encravada no
"Sertão do Cariri" nordestino – região carente de desenvolvimento.
O
"Memorial do Gonzagão" em Recife concentra capital numa cidade já
beneficiada por inúmeras ações governamentais, enquanto a pequena Exu e sua
região, por quem Luiz Gonzaga tanto lutou, continuam precisando do canto e da
voz do velho "Lua". (Texto e fotos: Oscar de Barros -
oscar.barros.sousa@hotmail.com
Oscar de Barros, Rosângele e Mundica, que desde 1968 cuida da casa de "Gonzagão".
Uma das entradas da casa do "Rei do Baião".
Varanda da casa de "Gonzagão".
Mesa da sala de jantar, onde Luiz Gonzaga costumava reunir os amigos.
Dormitório de Luiz Gonzaga.
O "Rei" retratado numa tela.
Viveiro da Asa Branca.
Entrada do Museu.
Apartamentos para turistas, ao lado da casa de Luiz Gonzaga.
Palco para apresentações artísticas.
A neta Lavínia.
Serviço de comida e bebida para turistas.
Chegando a Exu tem a "Palhoça do Rei", que oferece comida, bebida e hospedagem.
Cartazes do "Rei do Baião" espalhados pelo Parque Asa Branca.
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