Confira algumas perguntas e respostas sobre os sintomas, formas de transmissão e prevenção da gripe AH1N1, que colocou o mundo em alerta.
O que é a gripe AH1N1?
É uma doença respiratória aguda contagiosa entre humanos que leva a um quadro de infecção respiratória. Embora ainda não comprovado, acredita-se que o vírus tenha vindo de uma série de mutações originadas em porcos.
Por que se chamava gripe suína?
Porque geneticamente ela é semelhante aos vírus que atingem porcos.
O que a doença causa no organismo?
Os sintomas da doença são febre, dores pelo corpo, cansaço e tosse.
A doença passa no contato de pessoa para pessoa?
As primeiras pessoas infectadas provavelmente tiveram contato com porcos, em fazendas ou feiras agropecuárias, por exemplo. No entanto, agora, o contágio está ocorrendo exclusivamente pelo contato próximo entre uma pessoa e outra, especialmente por gotículas de saliva, lançadas no ar pela tosse ou por espirros — daí o motivo do uso de máscaras. Beijos e apertos de mão também devem ser evitados. As autoridades mexicanas da área de saúde recomendam ainda que pratos e talheres não sejam compartilhados.
Como os médicos sabem diferenciar uma gripe comum da gripe AH1N1?
Em uma pessoa com suspeita, primeiramente se faz o chamado teste rápido para detecção do vírus influenza. É um kit que permite indicar a presença do vírus influenza. Se o teste rápido der positivo, o material colhido é enviado para um laboratório especializado, e ali se identifica se o vírus influenza encontrado é ou não da gripe suína.
É seguro comer carne de porco?
Sim. Não há registro de transmissão da gripe suína por ingestão de alimentos adequadamente preparados. O vírus da gripe suína não resiste ao cozimento em temperatura superior a 70°C, como se recomenda para a preparação de carne de porco e outras carnes. Também não existe nenhum tipo de risco em comer alimentos como presunto, patê, salsicha e bacon.
Como é feito o tratamento?
Médicos têm usado o antiviral oseltamivir — por se tratar de um vírus novo, a sua eficácia só foi comprovada em laboratório. O tratamento com esse medicamento tem de ser iniciado em, no máximo, 48 horas após o início dos sintomas. Depois desse período, só é possível usar remédios para aliviar os sintomas.
Por que a gripe AH1N1 mata?
A pessoa pode morrer do próprio vírus, mas a morte pode ser causada também por infecções bacterianas secundárias, que surgem porque o organismo fica debilitado com a gripe. É o caso da pneumonia, que pode levar à insuficiência respiratória.
Estou em um avião e há alguém com sintomas de gripe. Devo me preocupar?
Você deve se preocupar apenas se estiver em um voo internacional que saiu de um dos países onde há casos confirmados e suspeitos. Os brasileiros, porém, não devem se deixar dominar pelo medo. Por enquanto, não há casos confirmados no país.
A vacina usada na prevenção da gripe comum pode ajudar no combate da gripe AH1N1?
Sim, a vacina pode conferir algum tipo de proteção. A pessoa pode se proteger ou não, ou pode se proteger apenas parcialmente. A chance maior é de que ela não proteja muito bem, porque o vírus da gripe suína é diferente do que está na vacina.
Estive no México. Por quantos dias devo me preocupar?
A incubação da doença dura de dois até 10 dias. O ideal é que as pessoas mantenham uma observação por 10 dias depois da chegada. Se aparecerem sintomas, elas devem procurar as autoridades de saúde.
Quem viaja para países onde existem casos confirmados ou suspeitos recebe máscara?
Pessoas que vão para locais afetados pela doença são orientadas a levar a máscara. A compra tem de ser feita pelo próprio viajante. Não há distribuição gratuita.
Já existe algum estudo para se obter uma vacina para essa gripe ou não há nada em vista?
Sim, já está se analisando o vírus, e a OMS está trabalhando para isso. O tempo médio para que uma vacina fique pronta é de quatro a seis meses. Esses vírus se modificam muito rapidamente. A vacina atual contra a influenza produzida a partir das recomendações da OMS não contém o vírus da gripe AH1N1.
Quais os riscos da gripe AH1N1 para as pessoas?
Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou hoje o nível de alerta pandêmico pela gripe AH1N1 do grau 3 ao 4, em uma escala que vai até 6, o que significa que o vírus A/H1N1 pode ser facilmente transmitido de pessoa a pessoa.
Como ocorre a infecção?
As pessoas podem ser infectadas pelo contato com porcos. Em alguns casos de contágio, não há registro de contato nem com porcos nem com ambientes em que esses animais tenham estado - em fazendas ou feiras agropecuárias, por exemplo. Os registros de transmissão da doença entre humanos é limitada a contato muito próximo em grupos de convivência.
Como é feito o diagnóstico em seres humanos?
Da mesma forma que numa gripe comum, quando observados os sintomas (febre, dores pelo corpo, cansaço e tosse), recolhe-se material para análise, normalmente o muco expelido pelo nariz e boca.
Deve-se tomar antivirais para prevenir e tratar a infecção pelo vírus da gripe suína?
A informação disponível não é suficiente para que se recomende o uso de antivirais na prevenção e tratamento da infecção por vírus da influenza suína. Não há recomendação para a população do Brasil usar máscaras, como vem ocorrendo no México, informou o Ministério da Saúde.
Há medidas tomadas no país?
Foi acionado o Gabinete Permanente de Emergência, formado por Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura e Pecuária. O grupo se reunirá diariamente. A AnVisa monitora viajantes de todos os voos internacionais. A Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA), documento de preenchimento obrigatório e que contém informações sobre a saúde do paciente, está sendo retida pela Anvisa para eventual busca de contatos se for detectado caso suspeito. Avisos sonoros são veiculados nos cinco aeroportos que recebem voos internacionais procedentes do México e dos Estados Unidos (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Manaus e Fortaleza). O material traz informações sobre sinais e sintomas, além de orientações aos viajantes. Os passageiros também estão sendo orientados pela tripulação das aeronaves.
O que faço se voltei do México e dos EUA recentemente?
O governo recomenda que procurem o posto da Anvisa todos os passageiros procedentes dos dois países nos últimos 10 dias que apresentem febre acima de 39º C, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, nos músculos e nas articulações.
Há risco se eu viajar a países com casos confirmados?
A Organização Mundial de Saúde não recomendou restrições de viagens às áreas afetadas, nem de entrada de passageiros vindos desses países, informou, em nota, o Ministério da Saúde.
Como posso me proteger se viajar para esses lugares?
O Ministério da Saúde recomenda a viajantes com destino ao México e aos Estados Unidos que fiquem atentos às recomendações dos governos das áreas afetadas. O ministério também recomenda:
- Usar máscaras cirúrgicas descartáveis, durante toda a permanência em áreas afetadas. Substituir as máscaras sempre que necessário.
- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, de preferência descartável.
- Evitar locais com aglomeração de pessoas.
- Evitar o contato direto com pessoas doentes.
- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
- Lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de tossir ou espirrar.
- No caso de sentir-se mal, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e viagens recentes a esses países.
- Não usar medicamentos sem orientação médica.
Como a produção suína no Brasil pode ser afetada?
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, o Brasil pode se beneficiar da decisão da Rússia de suspender importações de carne suína do México, de alguns Estados dos EUA e de quase toda a América Central. Brasil e EUA disputam o mercado russo de carne suína, distribuído entre os produtores mundiais por um sistema de cotas. Além disso, a falta de acordo sanitário impede a importação, pelo Brasil, de suínos vivos ou carne dos EUA e do México.
Quanto o Brasil vende para a Rússia?
No ano passado, foram 230 mil toneladas de carne suína para os russos.
sábado, 2 de maio de 2009
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