Iarley compara Inter e Santos: "Nós não tivemos medo do Barcelona"
Atacante diz que time gaúcho teve mais fome de vitória e espírito guerreiro em 2006
Destaque da vitória histórica contra o Barcelona em 2006, Iarley deu declarações para lavar a alma da torcida colorada em entrevista à Rádio Guaíba após a final do Mundial neste domingo, em que o Santos foi goleado pelos espanhóis. Comparando as duas equipes, o atacante afirmou que o Inter foi muito mais guerreiro."Olhando o jogo hoje, a gente vê o quanto a gente jogou.
Demonstra que tínhamos uma mentalidade boa, sabíamos o que queríamos. O primeiro tempo do Santos foi praticamente observando. Em nenhum momento ficamos esperando o Barcelona. Marcamos em cima, o que o Santos hoje não fez.
As palavras do Neymar no fim do jogo demonstram que o Santos entrou pra ver o que ia acontecer. Nós entramos para fazer acontecer. Tínhamos muito mais fome de vitória. Respeitamos o Barcelona, mas em nenhum momento tivemos medo do Barcelona", dispara.
Iarley lembra um episódio singular para exemplificar a raça do Inter no Mundial de cinco anos atrás. "Você compara o espírito dos jogadores e por aí você tira. Teve jogador do Santos que saiu com dor lombar. O Índio quebrou o nariz e continuou jogando. E foi o Edinho que deu a cotovelada, para ver a vontade que a gente tava. O Índio sangrou, saiu e nós já começamos a dizer pra ele: 'Volta que isso aí não é nada', e ele voltou", lembra o atacante.
O atacante ainda comentou os lances-chave da decisão. Primeiro, o passe para o gol de Adriano Gabriu: "Botei na cabeça que em um contra-ataque nós poderíamos matar o jogo. E eu não tenho pressa, então esperei a movimentação do Luiz Adriano, mas ele correu em diagonal, não para o gol. Aí eu seguro e vejo uma camisa branca correndo muito rápido do outro lado. Era o Gabiru.
Quando ele me deu opção, eu passei. Em fração de segundo, você tem que decidir, e a decisão de passar para o Gabiru foi acertada".Depois, a iniciativa de levar a bola para o fundo do campo e fazer o tempo passar, levando os adversários à loucura.
"O Barça gosta da bola no pé. Eu não poderia naquele momento querer fazer jogadas, ir para o ataque, porque seria mais posse de bola para eles e mais possibilidade de fazerem o gol de empate. Então foi uma estratégia pessoal, de aproveitar uma característica minha que é segurar a bola. Fui lá, segurei, sofri falta, depois teve escanteio.
Lembro o Deco e o Ronaldinho nervosos com os defensores porque não conseguiam tirar a bola de mim. O Ronaldinho gritava: 'tira a bola, o tempo ta passando'. Ainda vejo o Deco vindo correndo, o Rafael Marquez pisando na minha mão. Ali eles se perderam.
"A Rádio Guaíba ainda colocou Adriano Gabiru no ar para falar com o antigo companheiro. O autor do gol mais importante da história do clube elogiou o amigo, que devolveu:
"O Gabiru nunca deveria ter saído do Inter. Além de ter qualidade, ele fez o nosso gol. Todos os anos nós tínhamos que nos encontrar em Porto Alegre para comemorar. Você é ainda mais guerreiro do que eu, passou momentos muito mais difíceis e venceu", disse Iarley.
Iarley driblou Puyol e deu início à jogada mais importante da história do Inter. (Crédito: Ricardo Giusti/CP Memória)
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
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